O Futuro do Livro





A sociedade neófita aguardava ansiosamente pelo lançamento do mais novo gadget digital, o iPad da Apple - concorrente direto do Kindle, da Amazon. No dia do lançamento (3/4/2010) foram vendidos mais de 300.000 unidades e baixados mais de 250 mil livros digitais para o aparelho.

Mas os números não refletem ainda a grande mudança que está por vir. Mudança mesmo?

Uma das grandes discussões do momento é a qualidade e o volume de literaturas que vão surgir, agora que todos podem ser editores de livros.

A crítica está preocupada porque todo o controle de qualidade era feito por eles. E agora, quem seriam os críticos literários? Os próprios consumidores? Haveria espaço para os anciões devoradores de textos?

E qual seria a qualidade técnica da crítica desses novos consumidores/leitores/aventureiros? Será que agora é o fim da mídia impressa?

Aparentemente acontece agora, com os livros, o que aconteceu há alguns anos com a música. As bandas desapareceram? Os artistas deixaram de existir? Os show pararam de acontecer porque os CDs foram parar nas estantes virtuais dos grandes e-shops?

O que todos precisam entender é que estamos em uma fase emocional do desenvolvimento humano. Um momento em que a humanidade é participativa, ativa e colaborativa.

As grandes editoras, assim como os grandes selos musicais, não deixarão de existir. E seu crivo será o  controle de qualidade para aqueles textos que resolverem publicar. Logo, um texto publicado como best-seller por uma grande editora tem muito mais apelo quanto à qualidade da literatura do que um texto não revisado escrito pelo pobre escritor caseiro.

Mas como forma colaborativa, os feedbacks deixados nos sites de compra de livros serão extremamente importantes no momento da aquisição de uma nova leitura. Será uma crítica específica àquele texto ali exposto, extremamente válida para formar a opinião de quem deseja adquirir certo título.

Definitivamente estamos em uma nova fase. Teremos novos e fantásticos escritores lançando as mais variadas expressões da literatura assim como teremos os novos e medíocres escritores poluindo o espaço virtual com suas mal-acabadas obras.

Por fim, estamos mesmo discutindo literatura em uma sociedade em que a leitura está em declínio contrapondo o momento do audio-visual?

Mas no mundo virtual sempre tivemos espaço para todos. Estou aqui, não estou?

2 comentários:

Marcelo Mayer disse...

quem gosta de livro, não dispensa o papel. sinceramente o futuro do livro é ficar como está: na prateleira

Fernanda Magalhães disse...

Os meus eu leio, releio, não saberia explicar em palavras qual a real emoção que sinto no momento que estou lendo um livro. E sou uma leitora extremamente egoísta, odeio emprestar os meus livros.

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